Healthtech, que captou mais de R$ 40 milhões em investimentos e tem grandes companhias entre seus clientes, dobrou de tamanho
Com foco em gestão estratégica de saúde mental para empresas, a healthtech Vittude viu o número de vidas cobertas saltar de 300 mil, em 2020, para 600 mil (número atual). A evolução reflete a atenção crescente das organizações com a qualidade de vida dos colaboradores. De acordo com a consultoria Willis Towers Watson (WTW), no período entre 2015 e 2021, o interesse das empresas por ações de saúde e bem-estar para os colaboradores cresceu 33%. Essa tendência tem feito o número de clientes da Vittude aumentar de seis empresas, em 2020, para 200, atualmente.
A startup desenvolve projetos que englobam gestão inteligente de dados, educação corporativa e intervenções organizacionais, além de uma plataforma de psicologia online. Entre as companhias que já aderiram à solução destacam-se marcas como Grupo Boticário, Cocamar, Saint Gobain, L'Óreal, SAP, Thomson Reuters e Pague Menos.
A CEO da Vittude, Tatiana Pimenta, diz que o crescimento da healthtech “decorre da maior conscientização das empresas sobre os impactos negativos do adoecimento emocional no resultado dos negócios”.
Casos de burnout, por exemplo, estão entre as preocupações dos líderes. Um levantamento feito pelo escritório Trench Rossi Watanabe e publicado pelo jornal Valor Econômico identificou um aumento de 72% no número de judicializações por esgotamento profissional (burnout) durante a pandemia. O estudo também apurou o valor médio das causas, que é de R$ 306 mil por processo, considerando o valor pleiteado em mais de 8 mil ações, que, no período entre 2014 e 2022, somaram R$ 2,48 bilhões.
“A escalada dos custos com contribuições previdenciárias, processos trabalhistas, dias perdidos de trabalho, hiper utilização das operadoras de saúde e turnover voluntário vem castigando o P&L de muitas empresas e comprometendo a sustentabilidade no médio e longo prazo", acrescenta Tatiana.
Para além dos custos, as organizações também têm observado outros dados relacionados à satisfação dos colaboradores, como os do estudo State of the Global Workplace 2022, da Gallup, que aponta que 44% dos trabalhadores se consideram estressados e 19% descrevem o tempo no escritório como “extremamente infeliz”.
“Quando falamos em insatisfação, infelicidade e falta de acolhimento nos ambientes de trabalho, não se trata apenas de perdas financeiras, mas também da perda de produtividade, já que trabalhadores com ansiedade, depressão e estresse elevado tendem a ficar desmotivados e apresentar baixo rendimento”, observa Tatiana.
Para a CEO da Vittude, há espaço para crescimento de soluções voltadas à saúde mental no mercado corporativo. “É urgente que as grandes empresas voltem os olhos para questões como estas e passem a investir neste tipo de cuidado. Apesar do aumento nos últimos anos, pesquisas mostram que apenas quatro em cada 10 empresas oferecem algum benefício ou subsídios para saúde emocional dos seus colaboradores; é nesta parcela restante que estamos mirando para conscientizar sobre a importância de uma solução como a nossa.”
A Vittude já recebeu mais de R$ 40 milhões em investimentos dos fundos Crescera Capital, Redpoint eVentures, Scale Up Ventures e Superjobs.vc.
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